dois perdidos numa noite suja

domingo, fevereiro 26, 2006

É carnaval, que alegria

Enquanto o povo se diverte, um chato de camisa amarela vai perturbar, perguntar, pedir nome completo, idade e procedência.

Sem cerveja.

Que profissão.

# Simpatia é Quase Amor se concentra às 15h na Praça General Osório: BERNARDO/FOTO

# Cacique de Ramos se concentra às 17h na esquina das Avenidas Rio Branco e Presidente Vargas: BERNARDO/FOTO

ARQUIBANCADA POPULAR
# Fazemos os primeiros a chegar a arquibancada popular no Sambódromo: CRISTIANE/BERNARDO/FOTO

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Mestre



Ontem fez um ano que Hunter S. Thompson meteu uma bala no coco.

domingo, fevereiro 19, 2006

Complexo de vira-latas



O show dos Rolling Stones em Copacabana trouxe à tona, com toda a força, o que o velho Nelson identificou como um dos traços mais marcantes da nossa personalidade: o complexo de vira-latas.

Esse sentimento de inferioridade explica a ânsia de organizar o maior show da História, construir a maior obra do mundo, abrir a maior rodovia do planeta - mesmo que ligue o nada a coisa alguma, como a famigerada Transamazônica.

Os popstars, que não são bobos, surfam na onda. E tome camisa da seleção, palavrinhas em português e, apelação máxima, uma bateria de escola de samba na hora do bis.

Ontem, em Copacabana, um cara que assistiu ao show ao meu lado passou horas elogiando a camiseta com a bandeira do Brasil que o sexagenário usou nas últimas músicas.

Hoje tá lá, na primeira página do Dia, em caixa alta:
MICK JAGGER DECLARA SEU AMOR AO RIO.

Queria ver publicarem que os Stones chegaram na madrugada de sexta, mudaram o trajeto para não passar pela Linha Vermelha, ficaram dois dias confinados no hotel, sob forte esquema de segurança, e se mandaram hoje à tarde direto para o aeroporto.

O maior espetáculo da Terra foi o 55º show da turnê A Bigger Bang, que aportou no último sábado em Porto Rico.

Próxima escala: Buenos Aires.

Um imbecil...

... que se apresenta como dono de sebo virtual tentou usar este blog para aparecer. Substituiu uma imagem linkada no post Na tarde de hontem pelo aviso, em letras vermelhas, de que estávamos "roubando" o tráfego que ele paga regiamente ao servidor.

De quebra, aproveitou para publicar o próprio nome e divulgar o endereço do site que usa para tirar uns trocados.

O visitante escreve muito mal para quem pretende se dedicar ao comércio livreiro. É imbecil por não ter pedido, por email ou comentário, que o blog tirasse a imagem do ar. E burro a ponto de não perceber, pelo próprio servidor, que o insonia tem média de 15 leitores diários - se isso está fazendo diferença nas estatísticas dele, é sinal de que o tal bazar anda mesmo às moscas.

A propósito, o indivíduo se apresenta, em outra página, como cidadão de Andorra Imperial, "uma micronação, espécie de país virtual sem fins lucrativos", e membro do "Supremo Tribunal de Armas e Consulta Heráldica do Brasil".

Em bom português: Ei, babaca, vai tomar no cu!

sábado, fevereiro 18, 2006

Alma atormentada



Pescado por golffoxtrot, o mike, na seção de perguntas e respostas do missionário R.R. Soares no site da Igreja Internacional da Graça:

"OLa! sou uma jovem de 15 anos, minha familia tem problemas com vicios, meu avô, quando mais novo, era chefe desses espiritos, eu no inicio desse ano cai em fornicação, depois eu me batizei na Igreja da Graça, não tenho muita certeza da minha salvação (pedi perdão e me arrependi), e eu quero ser batizada no Espirito Santo, eu tambem acho que eu pequei contra o Espirito Santo, essa duvida me atordoa a vida. Por favor me axilie."

Mais em http://www.ongrace.com/rrsoares/mresponde.php

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Órfãos - versão do diretor

Aqui começamos uma série de matérias que você não leu no jornal. Essa saiu picotadinha no domingo, embaixo do Elio Gaspari. Em breve, contribuições preciosas de Mr. Aedes



Tem caudilho no samba
Brizolistas organizam bloco para homenagear ex-governador no carnaval

O trabalhismo, quem diria, acabou em samba. Um ano e meio depois da morte de Leonel Brizola, militantes animados preparam um bloco para homenagear o ex-governador no carnaval. O itinerário já está definido: os Órfãos de Brizola partem da Cinelândia, tradicional reduto pedetista, rumo ao Palácio do Catete.

- É o símbolo da presidência da República, que Brizola nunca alcançou. Já que dançamos na política, só nos resta sambar - brinca a socióloga Helena Maranhão, idealizadora do bloco.

Na quarta-feira, os organizadores se reúnem num bar da Cinelândia para escolher o samba-enredo que vai embalar o desfile. Marido de Helena e líder informal do grupo, o programador visual Luiz Fernando Gerhardt sonha convidar a sambista Beth Carvalho para ser a madrinha do bloco.

- Não estarei no Rio, mas fico muito honrada com o convite. O samba sempre teve engajamento político - ressalta a artista.

Segundo Gerhardt, os Órfãos de Brizola vão aproveitar a festa para lembrar que permanecem fiéis ao ideário trabalhista. Ele admite que precisa correr contra o tempo para organizar o desfile, mas assegura que o bloco estará na rua no dia 23:

- Já montamos comícios para milhares de pessoas em um dia. Organizar um bloco de carnaval em duas semanas será fácil - garante.

No encontro de quinta-feira, os foliões ganharam a adesão de outros órfãos que passavam pela Cinelândia e foram atraídos por camisetas com a imagem do ex-governador. Compositor e dono da barraca Artista do 13, na Rua Alcindo Guanabara, o vendedor Edilson Lourival lembrava os tempos em que a luta política transformava a praça em arena de guerra:

- Quem não defendesse o Brizola entrava no pau. Já vi muita cadeira do Amarelinho voar durante as discussões.

Sobrevivente da Brizolândia, a professora aposentada Marly Koplin bate ponto há mais de dez anos na escadaria do Palácio Pedro Ernesto. Moradora de Vista Alegre, cobre uma mesinha de plástico com a bandeira do PDT para distribuir panfletos e adesivos com a inscrição “Brizola vive”. Desconfiou da idéia de transformar o ex-governador em samba, mas acabou concordando.

- Se é pelo Brizola, vale tudo - emociona-se.

Autor de um livro sobre o brizolismo, o cientista político João Trajano Sento-Sé, da Uerj, elogia a decisão de não vincular o bloco ao PDT. Para ele, o ex-governador liderou um movimento popular espontâneo, que não se enquadrou apenas na retórica partidária.

- Brizola distribuía apelidos para adversários, tinha um estilo irreverente que permitia a identificação das massas pela galhofa, pela brincadeira. Tem tudo a ver com o carnaval - decreta.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

A velhinha e o corvo


TIA RUTH, figuraça, discute com Sergio Manuel, jogador do século passado

Bem, amigos do Insonia!

Como sabem os chegados, Bernardovski cronista esportivo foi despachado neste domingo para cobrir a briosa assistência americana no Maracanã. Lá encontrou Tia Ruth, torcedora-símbolo do clube da Campos Salles. Claro que até sábado o intrépido repórter não tinha idéia de quem era a velha fanática e tampouco desconfiava o nome da rua que abriga o simpático clube na Tijuca. Mas imprensa é assim mesmo, meus jovens: pesquisa, bloquinho em punho e pau na máquina; o ignorante de ontem é o especialista de amanhã - e assim são produzidos os jornais e as salsichas.

- O América é minha vida, minha paixão, patatipatatá, qual é o jogo do qual a senhora não se esquece, os netos são torcedores, ah a senhora veio sozinha e torce sozinha e vive sozinha, que interessante é a paixão pelo clube hein, deve ser muito bom ter um motivo para continuar acordando aos 81.

Bola de novo com a vovó da arquibancada. Depois do terceiro gol do Botafogo, as perninhas vacilam, o céu fica preto e, pimba, tem uma coroa estendida no chão. O fotógrafo, grande Jorge William, bate a chapa, e começa a correria em direção ao centro médico (qualquer enfermaria hoje é centro médico), sob protesto de dois ou três torcedores que, prenhes de razão, encarregam-se de mostrar aos jornalistas que eles são isso mesmo, um bando de abutres, deixa a velhinha em paz filhadaputa.

De volta à redação, toma lá tua forma, apenas 86cm em coluna falsa pra preencher com os seus quarenta personagens e não fosse, senhores, o repórter tão caxias, teríamos um lindo espaço em branco no jornal de segunda-feira.

Liga pra lá liga pra cá bombeiro polícia maracanã e aparece o telefone de uma moça que, acredita-se, foi atrás da velhinha. Dona Ruth não morreu, para tristeza dos editores (literalmente) de plantão. Eu também tenho que buscar um título menos canalha do que América perde título e torcedora-símbolo, ou algo assim que estivesse à espera de um atestado de óbito telefônico de alguma recepcionista do Souza Aguiar.

Só nós temos isso? Então os olhos dos editores brilham, os sorrisos desabrocham, a magia está no ar. Depois sabe-se que a coroa está viva, quase lúcida. Estrela de amanhã-no-Globo.

- Muito obrigada, meu filho, como é seu nome mesmo, pois é, os jogadores sabem, eu sou mais América na derrota do que na vitória.

Até a próxima, Tia Ruth.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Filha de peixe



a pedido de foxtrotbravo, lambendo a cria

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Na tarde de hontem



A brutalidade do golpe que "O Estado de S.Paulo" soffreu, na tarde de hontem, com a perda do seu director, o dr. Julio Mesquita, paralysa-nos os dedos e amortece-nos a intelligencia. Tamanho é o tumulto dos sentimentos, tão profunda é a nossa dôr que as ideas não se coordenam e a expressão verbal não se articula. O choque deixou-nos atordoados.

Já seria immensa a nossa perda se, com o desapparecimento desse jornalista fulgurante, jornalista dos mais notaveis que, até hoje, surgiram no Brasil, ficassemos privados somente os primores da sua penna. Avaliem o que vae ser essa desgraça quando souberem que o coração de Julio Mesquita era ainda mais formoso e mais opulento que o seu espirito...


O Estado de S.Paulo, 16/03/1927, primeira página

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Almas gêmeas



Sábado tem show do Brunalberto (com nome artístico de Bruno C).

Agora ele e o Padre Pinto têm (mais) algo em comum.