dois perdidos numa noite suja

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Blogue de luto

Luis Alvarenga/Agência O Globo

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Gênio em ação

Alô alô, Miss Campos dos Goytacazes. Alô, Colombina do pezinho rebelde, e demais moças que ousem duvidar das façanhas do Mengão. Meninas, eu vi. Com os que a terra me há de comer. Pelo olho mágico do amor. Favor executar apenas com efeitos sonoros. Grato como sempre, pela atenção e pela preferência, subscrevo-me. Evoé.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Renight é o cara



Patrono do insonia e futuro autor do prefácio de O homem no século XXI, o boleiro e comedor Renight Gaúcho anda animado com as especulações sobre seu futuro profissional. Hoje, ao ser cobrado pelo amigo gamaalpha por não ter atendido o telefone, caprichou na sutileza para se desculpar.

- Pô, Renato, eu te liguei ontem.
- Tava no avião.
- Mas eu liguei depois, às onze horas.
- Aí eu tava fodendo.

E arrematou:

- Quando tem engarrafamento na Lagoa, é porque eu tô tirando o atraso.

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Valeu, garotada, agora dá uma licencinha que eu vou ali e volto na Quarta-Feira de Cinzas. Fiquem com o especial carnavalesco do Palma Louca, um site que não dá ressaca. Evoé.

domingo, fevereiro 11, 2007

Mais proteína

sérgio lima/folha imagem


Até teste com querosene de biodiesel já está sendo feito pela Nasa e pela Boeing, que é uma grande empresa americana que produz avião. E que diabo é isso? Como diria um bom nordestino: que “gota serena” é isso? Vocês sabem que nós já tivemos transporte... o trem era à lenha, o barco era a vapor, antes de o barco ser a vapor era aquele negócio que ficava rodando lá, aqui no rio São Francisco tinha muito.

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Os Estados Unidos, agora, inventaram de produzir álcool de milho. Acontece que o álcool de milho custa três vezes mais do que o álcool de cana que nós produzimos. E milho, na verdade, não foi feito para produzir álcool, foi feito para encher o papo da galinha, para o ovo nascer amarelinho, e a gente poder produzir mais proteína no mundo.

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Se tem problema com neve, se tem problema com furacão, com tufão, com qualquer coisa, Deus abençou o Brasil e não colocou nada disso aqui. Portanto, o Brasil é um país altamente competitivo.

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Vocês viram, esses dias, na televisão brasileira e na imprensa, aquela discussão do aquecimento da Terra, vocês viram o estrago que o ser humano está fazendo no planeta Terra. Agora, não acreditem que seja o Brasil. De vez em quando vocês ouvem um discurso assim: “ah, não, porque o Brasil vai desmatar a Amazônia; ah, não, porque o Brasil tem muita produção de soja; ah, não, porque o Brasil tem isso ou tem aquilo”. É mentira.

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Hoje a Petrobras está cavando um poço de petróleo e primeiro ela tem que descer uma broca a 2 mil metros de lâmina d’água. Imagine, a 2 mil metros de profundidade desce uma broca, não dá nem para mergulhar a 2 mil metros de profundidade. Depois que chega na terra, lá embaixo, ela perfura mais 4, 5 ou 6 mil metros. Qualquer dia, ela vai trazer um japonezinho lá de baixo, tal é a profundidade.

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Discurso do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na cerimônia de inauguração da usina de biodiesel da Brasil Ecodiesel em Iraquara.
Iraquara - BA, 10 de fevereiro de 2007


segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Automóveis



Graças ao automóvel a paisagem morreu - a paisagem, as árvores, as cascatas, os trechos bonitos da natureza. Passamos como um raio, de olhos enfumaçados por causa da poeira. Não vemos as árvores. São as árvores que olham para nós com inveja. Assim o automóvel acabou com aquela modesta felicidade nossa de bater palma aos trechos de floresta e mostrar ao estrangeiro la naturaleza. Não temos mais la naturaleza, o Corcovado, o Pão de Açúcar, as grandes árvores, porque não as vemos. A natureza recolhe-se humilhada. Em compensação temos palácios, altos palácios nascidos no fumo de gasolina dos primeiros automóveis e a febre do grande devora-nos. Febre insopitável e benfazeja! não se lhe pode resistir. Quando os novos governos começam, com medo de perder a cabeça, logo no começo ministros e altas autoridades dizem sempre:

- Precisamos fazer economias.

Como? Cortando orçamentos? Reduzindo o pessoal? Fechando as secretarias? Diminuindo vencimentos?

Não. O primeiro momento é de susto. As autoridades dizem apenas:

- Vamos vender os automóveis.

Mas logo altas autoridades e funcionários sentem-se afastados, sentem-se recuados, têm a sensação penosa de um Rio incompreensível, de um Rio anterior ao automóvel, em que eram precisos meses para realizar alguma coisa e horas para ir de um ponto a outro da cidade. E então o ministro, mesmo o mais retrógrado e velho, revoga as economias e murmura:

- Vão buscar o automóvel!

João do Rio. A Notícia, 21/6/1908