dois perdidos numa noite suja

sexta-feira, setembro 30, 2005

Psicografia



Blogue é mesmo a maior diversão. Desde que resolvi tratar disso na monographia - nenhuma vírgula digitada, menos de dois meses para a entrega - chovem idéias sobre o que essa ferramenta pode mexer na política e no jornalismo.

Hoje descobri que duas raposas felpudas aderiram à tecnologia no além. O melhor blogue é o Diário de um velho caudilho, que traz conselhos do líder pedetista à gurizada. Um dos posts mais recentes começa com o estilo característico do engenheiro:

"Francamente, meus compatriotas!
Isso tudo que aí está não me cheira bem!"

Imperdível.

O outro blogue é o Serjão comenta do céu, assinado pelo PC do FHC. O matuto Delúbio, que perdeu o mensalão partidário e o carro blindado, deve estar morrendo de inveja.

quarta-feira, setembro 28, 2005

Sombra e água fresca



Chapéu panamá, gravata borboleta, guarda-chuva. Vestido de malandro, Zé Carioca, o personagem brasileiro de Walt Disney, apareceu nos quadrinhos americanos em 1942. No ano seguinte, estrelou o filme Saludos amigos, passado na América Latina.

Com a Europa em guerra e os estúdios em greve, o criador do Mickey resolveu investir no continente - que já contava com simpatia e dólares do governo americano, empenhado em substituir o big stick pela Política da Boa Vizinhança. O Pato Donald foi escalado para contracenar com Zé, formando o trio com o galo mexicano Panchito.

O papagaio brasileiro foi uma espécie de precursor da Lei de Gerson: caloteiro e preguiçoso, roubava o sorvete do Donald, fazia exame de vista de binóculo e montava barraca para ensinar a ganhar a vida sem esforço. Os trambiques fizeram sucesso e, em 1961, Zé Carioca ganhou sua própria revista.

Nos anos 70, o feitiço virou contra o feiticeiro: numa malandragem da Disney, o papagaio passou a protagonizar histórias adaptadas do Pato Donald. Assim surgiram os sobrinhos Zico e Zeca, que substituíam Huguinho, Zezinho e Luizinho.

O estilo politicamente incorreto voltou até a revista sumir novamente, no fim dos anos 90. As melhores histórias de Zé Carioca estão nas bancas em edições mensais da Abril. Na internet, fãs do papagaio fazem coro pela publicação de quadrinhos inéditos.

terça-feira, setembro 27, 2005

Meeeeeestre!



Craque do humor, Golias ontem fez chorar
(chamada do Estadão)

Ronald Golias *1929 +2005

quinta-feira, setembro 22, 2005

A regra é clara


amarelo para o seu nonô, vermelho para o português

Arnaldo Cezar Coelho, Fla-Flu na Globo, 21/9.

"Como eu não me meto na parte técnica, não gosto que você se meta também na arbitragem" (muito irritado com o comentarista Sergio Noronha, que chamou o juiz de frouxo)

"Quando o jogador simula uma falta ele aponta com agressividade. Isso coloca o jogador mais empilhado, mais nervoso" (criticando o mesmo juiz que o Noronha esculhambou)

segunda-feira, setembro 19, 2005

Programas de governo



Meninos, eu vi. Pelo olho mágico do amor. Uma puta com um celular que fotografa é mais perigoso para uma autoridade do que o sigilo bancário quebrado. "Agora virou nossa garantia", diz a mesma Duda, enquanto ajeita a camisnha no repórter com a boca, com maestria. "Você não viu foi nada, mas precisa gastar mais um troco", diz a garota, que trabalha com o seu taxímetro ligado. "Aceita um cheque?", pergunto. - XICO SÁ. Trip nº 137.

A Bizz e o tempo



Reclamam dos meus horários. Aproveitam-se da minha nobreza. Suspeitam (de mim) desde o princípio. Mas a verdade, estimada leitora, é que bravomikefoxtrot já nasceu atrasado.

Minhas memórias de infância são cobertas por uma névoa de nostalgia - não da infância, mas do que veio antes dela. O baú de moedas do Império, a coleção de selos, os jogos de tabuleiro no porão da fazenda.

Comecei a andar de kart e Nelson Piquet já tinha esmigalhado o pé em Indianápolis. Cheguei ao Maracanã com Renato Portaluppi gordo e no Fluminense. E quando aprendi o caminho da banca, a Bizz ostentava aquele tenebroso "Show" no cabeçalho.

Para quem gostava de rock nos anos 90, isso implicava aturar capas seguidas de Marisa Monte, Carlinhos Brown e Skank, alternadas com os intermináveis arquivos perdidos do Renato Russo. A irreverência e a verve que fizeram o nome da revista tinham virado caricatura. Embuste. Textos de 15 cm assinados pelo Zeca Camargo.

Semana passada, reclamei que as revistas não têm opinião, os críticos acabaram, ninguém quer saber o que fulano do segundo caderno achou do show. Aí a Bizz voltou. Com Mick Jagger na capa e a promessa de jornalismo musical de verdade.

Vou comprar. Será que vale os dez real?

Com serragem



Eu que virei paisagem no Cervantes - mas não passei a freqüentar as casas de tolerância da Prado Júnior - indico aos senhores a leitura do blogue do Juarez Becoza, titular da coluna Pé Sujo no Rioshow. Um dos poucos textos com molho no Globo.

Veleu, dotô Roberto, agora pode me dar aquele aumento.

sexta-feira, setembro 16, 2005

Na feira



Ronald de Carvalho, Copacabana, 11 da manhã. Preparo-me para trocar uma nota de dois por um lote de quatro goiabas. O feirante interrompe:

"Você é primclasqueni?"

- Hein?

"Você é primo do clasqueni?", repete mais duas vezes, com a clareza de um ogro resfriado.

- Hein?

O popular, impaciente, eleva o tom da voz:

"CLASQUENI! O Super-Homem!"

quinta-feira, setembro 08, 2005

Será?

Em represália às denúncias contra Severino Cavalcanti, a assessoria do deputado ameaça divulgar um dossiê com nomes de jornalistas que teriam recebido verbas da Câmara irregularmente antes do mandato do atual presidente da Casa.

Folha - Painel, 7.9

sábado, setembro 03, 2005

"Por favor, não procriem"


Laços de família: Tal pai, tal filho

Aos gritos de “casamento de acordão, o filho do corrupto com a filha do ladrão” e “essa praça só tem mendigo, só não tem no casamento do Rodrigo”, estudantes do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ aproveitaram o casamento, ontem à noite, do deputado federal Rodrigo Maia (PFL-RJ) e Patrícia Vasconcelos Dantas, na Igreja São Francisco de Paula, no Centro, para protestar (...) Durante a hora e meia de cerimônia, cerca de 50 estudantes vaiaram os convidados, gritaram palavras de ordem e portaram cartazes atacando políticos. Houve confronto com PMs, que usaram cassetetes e spray de pimenta (...) Após hostilizarem os convidados que deixavam a igreja, entre eles os senadores Marco Maciel (PFL) e Artur Virgílio (PSDB), os estudantes entraram na igreja, fizeram uma encenação de casamento e pregaram a poligamia. (...)

O Globo, Claudia Lamego e Toni Marques

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A turma gaiata segurava faixas e cartazes com frases como: “Por favor, não procriem”.

Coluna Ancelmo Gois

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Pra quem não sabe, a noiva é enteada do Moreira Franco.