dois perdidos numa noite suja

domingo, janeiro 15, 2006

Frescobol

TV Globo


Verão que se preze, no Rio de Janeiro, não começa sem uma boa discussão sobre o assunto mais chato que estiver disponível no momento. Este ano é a vez da gigoga. Ela invadiu as praias da Zona Sul, transbordando as lagoas da Barra da Tijuca, que o excesso de esgoto cru transformou em emissárias da vegetação aquática. Mas, se não fosse a gigoga, haveria outra queixa, como a revolta das vans, para abrir a temporada. Em outros anos, a honra coube aos arrastões na areia, aos mosquistos da dengue ou às filas de doentes nos hospitais que o governo federal abandonou nas mãos da prefeitura. (...)

É um tipo da notícia que eclode no verão, pontual como a jaca. Lá estava ela, por exemplo, no Globo desta sexta-feira, 13, página 18: “O cachorro dribla o casal que joga frescobol na arrebentação”. Os estatutos municipais do banho de mar ainda não pegaram, 89 anos depois do decreto de 1917 que, pela primeira vez, fixou horários para a população ficar na areia, impôs-lhe “a necessária decência e compostura” no vestuário e ameaçou os infratores com multas de até 20 mil réis.


Marcos Sá Corrêa, nominimo. Continua aqui