Às vezes
millôr: de onde vem a sua fama de extraordinária masculinidade?
satã: eu comecei em 1928. deram um tiro em um guarda-civil na esquina da rua do lavradio com avenida mem de sá e mataram, né?! eu estava dentro do botequinzinho e disseram que fui eu. então fui preso. eu tinha 28 anos. aí, eu fui para o depósito de presos e daí pra penitenciária e fui condenado a vinte e seis anos. na penitenciária não. na casa de correção.
millôr: segundo você, injustamente.
satã: injustamente.
sérgio: mas você não deu o tiro no guarda?
satã: não, o revólver é que disparou na minha mão. casualmente.
sérgio: foi a bala que matou?
satã: não, a bala fez o buraco. quem matou foi deus.
sérgio: balas que saíram do seu revólver mataram quantos?
satã: bala que saiu do meu revólver só matou esse porque os outros era a polícia que matava e dizia que era eu.
sérgio: mas você usava muito a navalha, né?!
satã: às vezes, não era sempre não.
(pasquim nº 95, abril/maio de 1971)
satã: eu comecei em 1928. deram um tiro em um guarda-civil na esquina da rua do lavradio com avenida mem de sá e mataram, né?! eu estava dentro do botequinzinho e disseram que fui eu. então fui preso. eu tinha 28 anos. aí, eu fui para o depósito de presos e daí pra penitenciária e fui condenado a vinte e seis anos. na penitenciária não. na casa de correção.
millôr: segundo você, injustamente.
satã: injustamente.
sérgio: mas você não deu o tiro no guarda?
satã: não, o revólver é que disparou na minha mão. casualmente.
sérgio: foi a bala que matou?
satã: não, a bala fez o buraco. quem matou foi deus.
sérgio: balas que saíram do seu revólver mataram quantos?
satã: bala que saiu do meu revólver só matou esse porque os outros era a polícia que matava e dizia que era eu.
sérgio: mas você usava muito a navalha, né?!
satã: às vezes, não era sempre não.
(pasquim nº 95, abril/maio de 1971)
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