Abdala e Camarão
Rio, 1982. Lenço vermelho no pescoço, microfone em punho, bandeiras no ar: Brizola atropela os candidatos do chaguismo (Miro Teixeira), do lacerdismo (Sandra Cavalcanti) e da ditadura (Moreira Franco). Em um mês, salta do quarto para o primeiro lugar nas pesquisas. Gaúcho de Carazinho, tem os dois pés na escadaria do Palácio Guanabara.
Desesperado, Miro busca apoio na classe média e ensaia um rompimento com a máquina clientelista de Chagas Freitas, padrinho político e patrão no jornal O Dia. O governador acusa o golpe.
Premidos pelas amarras do voto vinculado (...), muitos candidatos do PMDB passaram a pregar a prática do chamado "voto camarão", no qual o eleitor descartava a escolha do cabeça de chapa, votando em branco para o cargo de governador.
Chagas Freitas passou a plantar na seção criminal de seu jornal matérias de sentido cifrado, nas quais denunciava a "traição" de Miro ao seu grupo político. Em um exemplo, um certo Sr. Abdala (sobrenome materno de Miro) teria assassinado toda a família e posto fogo na própria casa, clara alusão ao desprezo de Miro pelos políticos e pela máquina chaguista.
Carlos Eduardo Sarmento. A política carioca em quatro tempos
4 Comments:
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By foxtrotbravo, at 19/10/05 22:54
Porra, quanto o PDT anda te pagando por todas essas homenagens ao Brizola, hein?
By foxtrotbravo, at 19/10/05 22:55
não é o pdt, é a fundação alberto pasqualini, que pagava as contas do velho. o phato, meu caro, é que eu ando obcecado pelas eleições de 82. como foxtrotsierra me negligencia, fico aqui lendo sobre o legado do chaguismo, o ocaso do lacerda, a derrota do moreira...
By bravomikefoxtrot, at 20/10/05 00:36
aliás, está em tempo de um novo IRRITAÇO DA SEMANA
By bravomikefoxtrot, at 20/10/05 00:48
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