Transitoriedades brilhantes
baby jane holzer. foto de andy warhol
A Garota do Ano é uma figura simbólica que a imprensa procura em Nova York desde a Primeira Guerra Mundial por causa do colapso da Alta Sociedade convencional. O velho establishment ainda se sustenta, ainda tem seus clubes, salões e seus bailes de debutantes, ainda é basicamente protestante e ainda domina duas áreas imensamente poderosas de Nova York, as finanças e a lei corporativa.
Mas ao lado dele, o tempo todo, sempre existiu uma grande sociedade cada vez mais deslumbrante, a Café Society, como era chamada nos anos 20 e 30, formada por gente cujo status repousa não em propriedades ou antiguidade, mas em diversas transitoriedades brilhantes, o show business, a publicidade, as relações públicas, as artes, o jornalismo ou simplesmente o dinheiro novo de vários tipos, gente com uma grande dose de ambição que se congregou em Nova York para satisfazer essa ambição e procura estilos para simbolizar isso.
TOM WOLFE. "A garota do ano" - Radical chique e o novo jornalismo
(original: New York Herald Tribune, dezembro de 1964)
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